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A apropriação do ambiente do entorno de abrigos sob rocha por grupos humanos pretéritos: implicações ecológicas e paisagísticas no estabelecimento dos padrões de mobilidade para a alocação de recursos alimentares no cerrado


Mírian Liza Alves Forancelli PACHECO[1]
Guilherme Raffaeli ROMERO[2]

RESUMO

A mobilidade humana pretérita pela paisagem do Cerrado deveria estar intrinsecamente relacionada às estratégias de forrageamento e às outras relações estabelecidas pelos seres humanos com o meio. Assim, tanto os sítios a céu aberto quanto cavernas e abrigos sob rocha (c/a) estão inseridos em um contexto de captação de recursos no gradiente paisagístico. Contudo, os c/a constituiriam marcos paisagísticos e foram utilizados de maneiras diversas e repetidas vezes, com quase constância de conservação do registro, por grupos humanos, no passado. Portanto, os estudos voltados para este contexto são utilizados para predizer localizações, analisar as mudanças ambientais do entorno, e determinar função, tamanho e distribuição dos sítios, além das possíveis correlações inter-sítios. Diante disso, este artigo tem por objetivo contemplar as questões e as hipóteses sobre os padrões de mobilidade atrelados aos modelos de subsistência e à apropriação do ambiente por sociedades humanas pretéritas, com especial ênfase para os abrigos inseridos no bioma do Cerrado. Os pressupostos considerados neste trabalho podem servir como subsídios para a elaboração de novas hipóteses e a aplicação de modelos que ajudem a elucidar algumas questões inerentes às relações ser humano/fauna, nos contextos pretéritos dos sítios arqueológicos.

PALAVRAS CHAVE: Grupos humanos pretéritos, Cerrado, Subsistência humana.Ouvir
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ABSTRACT

The ancient human mobility through the landscape of “Cerrado” should be intrinsically related to foraging strategies and established relationships by human beings with the environment. Thus, open air sites, caves and rock shelters are inserted in a context of resources allocation in the landscape gradient. However, caves and shelters constitute landscape landmarks used in diverse ways and repeatedly, with almost constant record of conservation of human groups in the past. Therefore, the studies in this context are used to predict locations, analyze the environmental changes of the environment, and determine function, size and distribution of sites, besides the inter-site correlations. Thus, this study aims to address the questions and hypotheses about patterns of mobility models tied to subsistence and ownership of the environment by ancient human societies, with special emphasis to the shelters in the Cerrado biome. The assumptions considered in this paper can serve as input for the formulation of new hypotheses and the application of models to help clarify some issues inherent in human relations / fauna, in contexts of archaeological sites.

KEY WORDS: Ancient human groups, Cerrado, human subsistence.

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[1] Zooarqueóloga. Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Mestre em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia, da Universidade de São Paulo. Doutoranda em Geociências, com ênfase em Paleontologia, pelo Instituto de Geociências, da Universidade de São Paulo (bolsista FAPESP 2009/2012). Email: forancelli@gmail.com

[2] Paleontólogo. Graduado em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, área de concentração: Ecologia de Ecossistemas. Mestre em Geociências, com ênfase em Paleontologia, pelo Instituto de Geociências, da Universidade de São Paulo (bolsista FAPESP 2008/2010).